“Mestre qual é o maior mandamento da Lei?” “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração” e o outro é semelhante a esse “Amarás o próximo como a ti mesmo”. Aqui a essência e caminho para nossa salvação.

Algumas vezes me pergunto quais são os motivos para não sermos bons. Melhor ainda, não sabermos amar de verdade. Refletia aqui com a comunidade que sirvo que hoje há uma nova religião da pós-modernidade. Não tem templo nem lugar de culto, mas muitas pessoas professam a sua doutrina. É a religião do bem-estar. Sua doutrina é sentir-se bem. Sua busca do reino é melhorar de vida e evitar o que possa lhe molestar e assegurar o seu pequeno bem material, psicológico e afetivo. O que ensina esta religião? Cada um pode organizar a vida a seu gosto e não deve pensar no problema dos outros. O que o outro faz é problema dele. Tudo é bom se não causa dano e o importante é ser inteligente e atuar com muita habilidade. Claro que não pode faltar o respeito a todos e não prejudicar ninguém. Isso é tudo. Aqui esta talvez um dos problemas de não sabermos amar de verdade. Quem assim age, no seu bem-estar, encerra-se em sim mesmo, se afasta de Deus e de seus semelhantes.

Deus vem ao nosso encontro na encarnação de Jesus. Vem ao encontro de nossa fraqueza e nos ama. Faz-nos amar um outro. Alguém que é diferente de nós. Alguém que é pessoa e assim podemos dizer que o irmão é um outro eu mesmo. Por isso devo amá-lo.

O que é amar o outro? O que realmente sinto e faço para que o mais miserável tenha condições dignas de vida? Há ainda um pensamento de que devo ter irmãos pobres para exercitar a minha caridade. Lá no fim do ano faço algo, visita, canto com eles, dou comida, roupa e me dou por satisfeito em meu coração e ajudei um pobre. Fiz minha obrigação e me purifiquei. Mas ele lá em seu canto e eu fico no meu bem-estar. É que sinto em relação a ajuda governamental aos mais pobres desse país e o que pensam muitos cristãos. Escutam com atenção sobre partilha, doação, serviço e alegram-se em ouvir que devemos amar o próximo, mas na hora de partilhar dizem “são desocupados, eu sustento a todos, ignorantes que não sabem de nada, deveriam continuar assim, pois me molestam e não asseguram o que quero continuar vivendo”. E a partilha fica onde? O amor ao próximo é o que? Perfeito como se faz a distribuição de renda nesse país? Longe disso, mas muitos irmãos saíram da pobreza extrema e é preciso ainda fazer muito. Quando só vivemos a religião do bem-estar não refletimos sobre isso. Não cabe e não é essencial. Um cristão que sabe amar se preocupa, dá atenção à fome dos desnutridos e ao excesso dos satisfeitos.

Jesus precisou com toda a clareza o essencial para a vida em sua época e disse que o primeiro mandamento é amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos. Se falta amor, irmãos, falta tudo. Não sobra nada. Tornamo-nos mesquinhos, indelicados, longe de nossa alma, insensíveis a dor do irmão e a seu sofrimento material psicológico e afetivo.

Queridos irmãos, Deus é amor. Deus não sabe, não quer e não pode fazer outra coisa senão amar. Por isso amar a Deus é encontrar nosso próprio bem. Quem ama a Deus e ao próximo se sente amado por Ele com amor infinito e aprende a estimar-se e a cuidar mais de si e do outro. Deus nos quer assim e deseja que aprendemos a sermos bons e vivenciar o verdadeiro amor. Amor que supera divisões, pensamentos, ideias opostas, votos contrários e deseja o bem de todos. Bem que é vida digna para os filhos de Deus.

Deus nos ajude a sermos bons e vivenciar o verdadeiro amor.

Pe. Joselio