“Eu sou o bom pastor”. O que você faz? “Dou a vida por minhas ovelhas”. Sim, mas quem é você? “Quem me conhece, conhece a minha voz”. Tá bom, mas o que você oferece para mim? “A vida em plenitude”. Este diálogo é feito com toda a humanidade e a toda ela é oferecida o cuidado do bom Pastor. Cuida, protege, alimenta e conduz. A única coisa que é pedida é a confiança para segui-lo. O homem não escuta esta linda voz e a rejeita, mas se prende a outras vozes e a segue. Mas o que esperar de vozes que não conduzem a nada?

Raniero Cantalamessa tem um trecho, que reproduzo, e que nos diz muitas coisas. Diz assim: “O homem de hoje rejeita indignado o papel de “ovelha”. Contudo, ele esta plenamente dentro do esquema, sem que nos apercebamos, nós nos deixamos guiar inocentemente por qualquer tipo de manipulação e de persuasão oculta. Outros criam modelos de bem-estar e de comportamento, ideais e objetivos de progresso, e nós os seguimos, com medo de ficar para fora, atordoados pela mídia, condicionados e plasmados pela publicidade, nós comemos o que nos propõem e vestimos como nos ensinam os outros. Observem como caminha a vida da multidão de uma grande cidade moderna: é a imagem triste de um rebanho que sai junto, agita-se e se comprime, em horas fixas, nos meios de transporte quer dos ônibus, quer do metrô. Nutre-se das mesmas coisas confeccionadas pelos outros – tanto alimentos como jornais – depois, à noite, volta junto com o rebanho, vazio de si e de liberdade: “Como as ovelhas saem do cercado... e o que faz a primeira, as outras fazem... simples e quietas, e não sabem o porquê” Dante Aligheri.” (O Verbo se faz Carne, pg. 310).

O que Cristo Jesus quer de nós? Que saibamos fazer uma experiência de libertação. Libertar-se dos falsos desejos que sufocam e nos prendem a “cercados” onde não há vida. Conduzir a lugares bons e com alegria. Ajudar-nos a sermos protagonistas de nossas vidas e plasmados a Ele com toda fé e esperança. Deixar de seguir a ideologias nefastas, políticos enfeitados, pastores exploradores.  Lobos em pele de cordeiros, que não querem nada a mais a não ser explorar a vida do povo.

Escutar a Cristo Jesus não é perder a liberdade, mas ganhar em plenitude. Ele é o Bom Deus que dá a vida por amor a todos nós. Sua voz é calma e tranquila, como uma música que soa lindamente em nossos ouvidos e queremos sempre escutar para ter paz. Ele oferece o que há de mais desejoso a todos nós: a vida em plenitude que é eterna.

Termino esta reflexão citando novamente Raniero Cantalamessa: “O Senhor, não querendo violar nossa personalidade, a ajuda a crescer, a formar-se, ele nos personaliza com seu conhecimento e com seu amor, faz nascer de dentro de nós a nova criatura, consciente e forte, aquela que o mundo não pode manipular porque não esta mais sobre seu domínio: aquele que me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida; quem caminha na luz sabe distinguir as coisas, os valores, sabe distinguir as sombras da realidade”. 

Pe. Joselio